A linha tênue entre o tudo e o nada

É manhã
Manhã vazia
É manhã que deveria ser dia
Mas é cinza manhã.

De longe já é meio-dia
A beirada da janela
Continua fria
A linha do horizonte
Se esguia.

De repente é escuridão
Um escuro tão vivo
Quanto meu corpo são.

Passa o tempo
Corriqueiro
Voa o dia
Já é costumeiro
E minha educação de caçoar
Desse amável passageiro
Que não me dá outra opção
Que não ser eu por inteiro

Mesmo manhã passando
Entardecendo cedo meus anseios
Não estou controlando
Só por um momento, somos inteiros.


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